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domingo, 9 de julho de 2017

Como estudar na França ou em outros países da Europa


Olá, pessoal!

Estudar no exterior é uma experiência fantástica, que vai enriquecer não só o seu currículo, mas também a sua alma.

No aspecto acadêmico/profissional, seu currículo será extremamente enriquecido ao conhecer outras formas de trabalho, outros professores com visões diferentes, universidades com outras linhas de pesquisa, além de melhorar ou aprender novo(s) idioma(s).

No aspecto vida, você vai conhecer pessoas que pensam diferente de você, outras culturas, outras formas de ver o mundo. Vai aprender a morar sozinho, longe de casa e ter que fazer suas próprias coisas. Tudo isso vai te fazer crescer como pessoa, ser melhor, mais tolerante, mais forte psicologicamente e mais capaz de aprender muita coisa em pouco tempo.


Muita gente acha que estudar no exterior é algo para quem é rico ou gênio. Não tem nada disso! É algo perfeitamente viável se você se planejar direitinho, com antecedência e disciplina.

Para quem não sabe, além de blogueiro de viagens eu sou também cientista da computação. Eu fiz mestrado na cidade de Rennes, na França e, depois de conseguido o título de mestre, trabalhei com pesquisa científica em Lille, também na França.

Neste post, quero compartilhar com vocês algumas dicas essenciais para quem deseja estudar na Europa, principalmente na França.

No final do post, eu também vou dar algumas dicas a mais para quem é da área de Ciência da Computação.


Por que estudar na França ou outro país da Europa?

A França é o terceiro país do mundo que recebe mais estudantes estrangeiros, atrás apenas de Estados Unidos e Inglaterra. A grande diferença é que nos dois primeiros a maior parte das Universidades é privada e muito cara, e as bolsas são muito disputadas e difíceis de serem conseguidas.

A França, assim como a maioria dos países da União Europeia, investe muito em educação pública. Há excelentes Universidades por um custo que você pode conseguir pagar. Esses países recebem milhares de estudantes estrangeiros todos os anos.



Como começar

A primeira coisa a fazer é decidir que tipo de curso você quer fazer e onde você quer estudar. Dependendo do curso que você for fazer, muitas Universidades aceitam estudantes só com o inglês, mas aprender a língua local conta pontos e pode ser um diferencial importante. Leve em consideração que, para nós, é mais fácil aprender línguas latinas que línguas de outras famílias.

Se você tiver estudado no Brasil em Universidades Públicas ou Grandes Universidades, isso também vai facilitar um pouco a sua aceitação.

Eu comecei a me planejar para o mestrado quando estava no fim da graduação, pouco antes de entrar no último semestre do curso, e com pouco mais de um ano e meio de antecedência para o início do mestrado. Acho que o mínimo de antecedência segura é um ano.

Desde que decidi fazer mestrado, entrei no curso de francês e deixei o estágio que eu fazia e adorava para procurar um emprego que pagasse melhor. Meus pais não tinham condições financeiras de me manterem e pagarem meus custos por lá, então a melhor forma de tornar o meu sonho viável era não depender de ninguém. Mesmo havendo a possibilidade de bolsas, é preciso criar sua própria segurança juntando dinheiro para se manter lá.

Depois de me formar, ainda passei um ano apenas trabalhando para juntar dinheiro e também aprendendo francês. Paralelamente, eu também pesquisava bastante na internet e contactava professores e coordenadores de cursos.


Buscando informações

Para estudar na França, o primeiro site que você precisa conhecer é o Campus France. É um site bastante completo que te dá inúmeras informações sobre os requisitos que precisam ser cumpridos para cada curso na França.

Lá, você também encontra informações das Universidades, cursos, professores e muito mais.

Para muitos dos cursos, você pode se candidatar pelo próprio site Campus France.

Veja o link do Campus France Brasil:

www.bresil.campusfrance.org


Apesar de poder se cadastrar diretamente no site do Campus France, a dica que te dou é: não pare por aí. Entre nos sites das Universidades, dos Cursos, dos Grupos de Pesquisa e envie e-mails para professores, coordenadores de cursos e chefes de equipes de pesquisa, tirando dúvidas, falando de você academicamente. Faça-se conhecer e ser lembrado. Isso é extremamente importante para conseguir a vaga.


Bolsas

Existem inúmeras bolsas que você pode conseguir para estudar na França ou na Europa. Como cada uma tem sua particularidade, não vou entrar nos detalhes de qual bolsa você deve buscar. Cada caso é um caso.

Pelas leis francesas, para fazer um doutorado é obrigatório receber uma bolsa, o que acaba sendo uma vantagem para você conseguir uma. A bolsa costuma ser de um valor bom e suficiente para você viver bem por lá e até viajar de vez em quando.

No mestrado e na graduação, você pode conseguir ou não. Se não conseguir, não desanime. Dá para se organizar e pagar seu curso. As universidades por lá, apesar de públicas, são pagas, mas o valor é muito baixo. Pelo meu mestrado, paguei cerca de 450€ por ano. Graduação costuma ser menos. Barato né? Bem menos que muitas universidades privadas brasileiras que muitas vezes possuem qualidade duvidosa.

Para trabalhar com pesquisa científica você precisará contactar os chefes das equipes ou responsável pelo projeto. Você será remunerado e é ele quem vai escolher o candidato, como numa seleção por emprego. Na pesquisa científica você também é remunerado.


Dossiê

Para a Graduação e o Mestrado, após reunir as informações necessárias e contactar quem for preciso, eles vão te pedir para fazer um dossiê de candidatura. Os dossiês podem variar bastante de curso para curso, mas em geral quase todos têm: cópias de documentos, currículo, histórico na faculdade, diploma (se houver), certificados, certificados de idiomas, carta de motivação etc.

O dossiê é trabalhoso, então não vale a pena atirar para todos os lados. Escolha algumas das universidades que você gostaria de estudar e foque nelas. Eu escolhi apenas 4, e acabei sendo aceito em todas elas.


Consegui! Onde eu vou morar agora?

O Governo da França subsidia boa parte do valor da moradia para os seus estudantes. Isso significa que você vai pagar muito abaixo do valor de mercado para morar.

O mais barato que você vai encontrar é um quarto de 9m² numa residência universitária, que custa em torno de 160€ por mês. O lugar não é isso tudo. Os banheiros e a cozinha costumam ser compartilhados e o espaço é pequeno, mas você vai aprender a gostar desse lugar e vai sentir saudades quando deixá-lo.

O órgão que organiza isso tudo e para quem você tem que pedir o alojamento é o CROUS. Cada região tem o seu, mas você pode encontrar cada um através deste único site nacional:

www.etudiant.gouv.fr


E no resto da Europa?

As dicas que dei aqui são voltadas mais para a França porque foi lá que estudei, mas a maioria delas vale para outros países da Europa como Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Suécia, Noruega, Alemanha, Dinamarca e muitos outros. O que vai mudar são os links onde você deve buscar em cada etapa do processo. A maioria dos países da União Europeia investe bastante em educação pública de qualidade e pesquisa científica e aceitam muitos estudantes estrangeiros.



Dicas extras para quem é da área e de Informática

A informática talvez seja, hoje, a área com maior facilidade de mobilidade. Por ser exata, os conceitos não variam de um lugar para o outro e, na maioria dos países, não há regulamentação, o que torna fácil estudar e trabalhar no exterior.

Se você quiser fazer um doutorado, mestrado ou trabalhar com pesquisa cientifica você precisa conhecer o Inria. O Inria é um instituto de pesquisa em informática em que o governo investe milhões de euros por ano. Além do governo, o instituto tem parcerias com várias empresas, que também financiam diversos projetos, se beneficiando do intercâmbio de conhecimento com o meio acadêmico.

O Inria está presente em várias cidades e está estruturado em equipes de pesquisas, cada uma com seu tema e normalmente ligado a alguma grande universidade.

Além de mestrado e doutorado, você pode postular por um emprego de Engenheiro em Pesquisa, que consiste em desenvolver software para provar conceitos de determinada pesquisa. Eu trabalhei por dois anos nesse modelo e posso dizer que é um trabalho bem remunerado e muito motivante.

Navegue pelo site do Inria e procure as equipes que estão na sua linha de interesse:

www.inria.fr


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